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UNIDADE PASTORAL DE APOIO AOS REFUGIADOS



Tomámos maior consciência da problemática dos refugiados quando, recentemente, a Europa viu milhares de pessoas a entrar no continente. Contudo, não é um problema recente nem meramente europeu. O problema dos refugiados, cujo número atinge milhões em todo o mundo é, sem dúvida, um dos mais graves do nosso tempo.
A primeira tentação é procurar os responsáveis por esta tragédia. Claro que os há. Mas se quisermos ser muito honestos e não fugir à questão, facilmente concluiremos que todos nós somos responsáveis, ainda que uns mais que outros. A cada um de nós é repetida a pergunta que vem desde o início da criação, quando Deus questionou Caim: “Onde está o teu irmão?” (Gen 4, 9)?
Mergulhados nas rotinas diárias, no excesso de informação e nas correrias da vida, acabamos por ficar desorientados e indiferentes ao mundo em que vivemos e sem cuidarmos uns com os outros. E, por isso, não é de estranhar, que assistamos a tragédias como as que têm sido noticiadas tantas vezes. O Papa Francisco, na visita a Lampedusa em julho de 2013, chamou a atenção para o perigo da “globalização da indiferença” ao afirmar que “ninguém se sente responsável por este drama. Perdemos o sentido da responsabilidade fraterna; caímos na atitude hipócrita do sacerdote e do levita de que fala Jesus na parábola do Bom Samaritano”. E acrescentou: “Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!”
Não é verdade que, apesar da nossa compaixão imediata, que logo surgem as dúvidas ou até reações mais hostis porque são vistos como criminosos, como infiltrados ou como alguém que nos vai roubar os nossos direitos, os nossos bens e a paz social? Ora, isto é um atentado contra os direitos dos refugiados, é uma ferida contra a dignidade humana e a fraternidade universal que todos somos chamados a cultivar.
E se a hospitalidade é um dever para qualquer cidadão, mais o é para os cristãos que receberam, vivem e promovem o mandamento novo da caridade (Jo 13, 34) de modo que reconhecem em cada refugiado um semelhante a acolher e a respeitar no espírito: “Era estrangeiro e tu me acolheste” (Mt 25, 35); reconhecem neles a presença do próprio Cristo porque sabem que, todas as vezes que acolherem e respeitarem cada um mais pequenos, dos mais pobres, dos mais sofredores, dos mais abandonados, é a Jesus que o fazem (cf. Mt 25, 40).
Em resposta ao apelo do Papa, e fundamentados no Ano da Misericórdia, a Unidade Pastoral formou uma equipa para estudar a hipótese de acolher uma família de refugiados na nossa Comunidade.
Nos últimos meses foram feitos uma série de contactos com a Câmara Municipal de Oeiras, com a Cáritas Diocesana, com a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e com outras entidades locais. Neste momento, estão criadas condições para ser apresentado o estudo que foi feito relativo às condições e desafios que envolve o acolhimento, e ainda envolver os representantes dos vários grupos paroquiais no sentido de formalizar a vontade e compromisso da UP em receber uma família de pessoas como nós.
Para isso, convido-vos a estarem presentes nesta apresentação dia 6 de Março às 18 horas nas instalações do Centro de Nova Oeiras.
Nossa Senhora da Barra rogue por todos os que sofrem, em particular por estes nossos irmãos e irmãos.
Pe. Nuno Westwood
Pároco
Para conhecimento de todos, partilhamos a Nota da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana “REFUGIADOS: A EXIGÊNCIA DA FRATERNIDADE”. Lembramos que a PAR-Plataforma de Apoio aos Refugiados cuja criação conta com o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa, que integra a Cáritas Portuguesa e a Comissão Nacional Justiça e Paz entre outras entidades e instituições da Igreja Católica e da sociedade civil, está a preparar a vinda de refugiados para Portugal. Toda a informação disponível em www.refugiados.pt
Há duas semanas a reunião do Grupo de jovens pós-crisma (11º ano) contou com a presença de um jovem da Síria que se encontra a estudar em Portugal, ao abrigo de um protocolo. O Ricardo Morgado do Grupo SAL participou também nesse encontro e escreveu um pequeno texto, que citamos na secção “palavra dos paroquianos”. Pode clicar aqui para ler.
Completamos com mais alguma informação, nomeadamente a partir das noticias abaixo: