Jubileu 2025

Em Portugal

ANO DA ORAÇÃO – CATEQUESES DOS BISPOS

O Papa Francisco convocou toda a Igreja para viver um Ano da Oração, preparando o Jubileu de 2025. De maio a dezembro, teremos todos os meses uma catequese orientada por um Senhor Bispo. O primeiro tema será dado pelo nosso Patriarca, D. Rui Valério, na próxima terça-feira, dia 28 de maio, às 21 horas, na Igreja de Santa Joana Princesa, em Lisboa. O tema será: Rezar hoje: Um desafio a vencer.

A catequese também será transmitida online pela Ecclesia.

A mensagem da Conferência Episcopal Portuguesa sobre esta iniciativa pode ser lida aqui: https://www.conferenciaepiscopal.pt/v1/jubileu-2025-celebrar-o-ano-de-oracao/

Carta do Papa Francisco

Ao amado Irmão

CARTA DO PAPA FRANCISCO
AO ARCEBISPO RINO FISICHELLA PELO JUBILEU 2025

Arcebispo RINO FISICHELLA

Presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização

O Jubileu representou sempre na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde que Bonifácio VIII, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, a cinquentenária e por fim fixada de vinte e cinco em vinte e cinco anos –, o fiel e santo povo de Deus viveu esta celebração como um dom especial de graça, caraterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência, expressão plena da misericórdia de Deus. Os fiéis, frequentemente no final duma longa peregrinação, dessedentam-se no tesouro espiritual da Igreja atravessando a Porta Santa e venerando as relíquias dos Apóstolos Pedro e Paulo guardadas nas Basílicas romanas. Milhões e milhões de peregrinos, ao longo dos séculos, vieram até estes lugares sagrados dando vivo testemunho da fé de sempre.

O Grande Jubileu do ano 2000 introduziu a Igreja no terceiro milénio da sua história. Tanto o aguardou e desejou São João Paulo II, com a esperança de que todos os cristãos, superadas as divisões históricas, pudessem celebrar juntos os dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Agora aproxima-se a meta dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI, e somos chamados a realizar uma preparação que permita ao povo cristão viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral. Neste sentido, constituiu uma etapa significativa o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que nos permitiu redescobrir toda a força e ternura do amor misericordioso do Pai a fim de, por nossa vez, sermos testemunhas do mesmo.

Mas, nos últimos dois anos, não houve nação que não tenha sido transtornada pela inesperada epidemia que, além de nos ter feito tocar de perto o drama da morte na solidão, a incerteza e o caráter provisório da existência, modificou o nosso modo de viver. Como cristãos, sofremos juntamente com todos os irmãos e irmãs os mesmos sofrimentos e limitações. As nossas igrejas estiveram fechadas, bem como as escolas, as fábricas, os escritórios, as lojas e os locais dedicados ao tempo livre. Todos vimos algumas liberdades limitadas e a pandemia, além do sofrimento, por vezes suscitou no íntimo de nós mesmos a dúvida, o medo, a perplexidade. Os homens e mulheres de ciência encontraram, com grande celeridade, um primeiro remédio que permite regressar pouco a pouco à vida quotidiana. Temos plena confiança de que a epidemia possa ser superada e o mundo volte a ter os seus ritmos de relações pessoais e de vida social. Isto será conseguido mais facilmente se agirmos com solidariedade efetiva de modo que não sejam negligenciadas as populações mais carentes, mas se possa partilhar com todos quer as descobertas da ciência quer os medicamentos necessários.

Devemos manter acesa a chama da esperança que nos foi dada e fazer todo o possível para que cada um recupere a força e a certeza de olhar para o futuro com espírito aberto, coração confiante e mente clarividente. O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos de esperança. Entretanto tudo isto será possível se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos. Penso de modo especial nos inúmeros refugiados forçados a abandonar as suas terras. Que as vozes dos pobres sejam escutadas neste tempo de preparação para o Jubileu que, segundo o mandamento bíblico, restitui a cada um o acesso aos frutos da terra: «O que a terra produzir durante o seu descanso, servir-vos-á de alimento, a ti, ao teu escravo, à tua serva, ao teu jornaleiro e ao inquilino que vive contigo. Também o teu gado, assim como os animais selvagens da tua terra, poderão alimentar-se com todos esses frutos» (Lv 25, 6-7).

Por conseguinte, que a dimensão espiritual do Jubileu, que convida à conversão, se combine com estes aspetos fundamentais da vida social, de modo a constituir uma unidade coerente. Sentindo- nos todos peregrinos na terra onde o Senhor nos colocou para a cultivar e guardar (cf. Gn 2, 15), não nos desleixemos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum. Almejo que o próximo Ano Jubilar seja celebrado e vivido também com esta intenção. Com efeito, um número cada vez maior de pessoas, incluindo muitos jovens e adolescentes, reconhece que o cuidado da criação é expressão essencial da fé em Deus e da obediência à sua vontade.

Confio-te, amado Irmão, a responsabilidade de encontrar as formas adequadas para que o Ano Santo possa ser preparado e celebrado com fé intensa, esperança viva e caridade operosa. O Dicastério que promove a nova evangelização saberá fazer deste momento de graça uma etapa significativa na pastoral das Igrejas Particulares, latinas e orientais, que nestes anos são chamadas a intensificar o empenho sinodal. Nesta perspetiva, a peregrinação rumo ao Jubileu poderá reforçar e exprimir o caminho comum que a Igreja é chamada a empreender para ser, cada vez mais e melhor, sinal e instrumento de unidade na harmonia das diversidades. Será importante ajudar a redescobrir as exigências da vocação universal à participação responsável, valorizando os carismas e ministérios que o Espírito Santo não cessa jamais de conceder para a construção da única Igreja. As quatro Constituições do Concílio Ecuménico Vaticano II, juntamente com o magistério destes decénios, continuarão a orientar e guiar o santo povo de Deus, a fim de que progrida na missão de levar a todos o jubiloso anúncio do Evangelho.

Como é costume, a Bula de Promulgação, que será emanada no devido tempo, conterá as indicações necessárias para celebrar o Jubileu de 2025. Neste tempo de preparação, desde já me alegra pensar que se poderá dedicar o ano anterior ao evento jubilar, o 2024, a uma grande «sinfonia» de oração. Oração, em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, escutá-Lo e adorá-Lo. Oração, depois, para agradecer a Deus tantos dons do seu amor por nós e louvar a sua obra na criação, que a todos compromete no respeito e numa ação concreta e responsável em prol da sua salvaguarda. Oração, ainda, como voz de «um só coração e uma só alma» (cf. At 4, 32), que se traduz na solidariedade e partilha do pão quotidiano. Oração, além disso, que permita a cada homem e mulher deste mundo dirigir-se ao único Deus, para lhe expressar tudo o que traz no segredo do coração. E oração como via mestra para a santidade, que leva a viver a contemplação inclusive no meio da ação. Em suma, um ano intenso de oração, em que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do «Pai Nosso» – a oração que Jesus nos ensinou – o programa de vida de todos os seus discípulos.

Peço à Virgem Maria que acompanhe a Igreja no caminho de preparação para o acontecimento de graça que é o Jubileu e, agradecido, envio-te de coração, a ti e aos colaboradores, a minha Bênção.

Roma, São João de Latrão, na Memória de Nossa Senhora de Lurdes, 11 de fevereiro de 2022.

Francisco 

Oração

Pai que estás nos céus,

a fé que nos deste no

teu filho Jesus Cristo, nosso irmão,

e a chama de caridade

derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo

despertem em nós a bem-aventurada esperança

para a vinda do teu Reino.

A tua graça nos transforme

em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho

que fermentem a humanidade e o cosmos,

na espera confiante

dos novos céus e da nova terra,

quando, vencidas as potências do Mal,

se manifestar para sempre a tua glória.

A graça do Jubileu

reavive em nós, Peregrinos de Esperança,

o desejo dos bens celestes

e derrame sobre o mundo inteiro

a alegria e a paz

do nosso Redentor.

A ti, Deus bendito na eternidade,

louvor e glória pelos séculos dos séculos.

Amém 

Hino

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

Toda a língua, povo e nação
tua luz encontra na Palavra.
Os teus filhos, frágeis e dispersos
se reúnem no teu Filho amado.

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

Deus nos olha, terno e paciente:
nasce a aurora de um futuro novo.
Novos Céus, Terra feita nova:
passa os muros, ‘Spirito de vida.

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

Ergue os olhos, move-te com o vento,
não te atrases: chega Deus, no tempo.
Jesus Cristo por ti se fez Homem:
aos milhares seguem o Caminho.

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

(Texto de Pierangelo Sequeri | Texto versão portuguesa: António Cartageno) 

Sabe mais através do site oficial do Jubileu: www.iubilaeum2025.va/pt

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